segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Viagem de Moto a Teresina Parte 2



Foto: A placa indicava Teresina a 15 km.

No trajeto quase interminável para Sobral, percorrendo quilômetros de piçarra, sob um sol de quase 40 graus num céu azul ofuscante, temi que algo acontecesse com a moto. Sim, eu havia feito a revisão geral no dia anterior, ela estava perfeita. Mas se furasse um pneu ou quebrasse algo que a obrigasse parar, eu estaria ali, naquele braseiro terrível sem água e sem cobertura para me proteger. Me lembrei de um versículo bíblico em que Deus dizia que nem o sol nem a lua fustigaria àqueles que O amavam. Não me importava com a lua, mas o sol sim. E pedi a Deus que confirmasse aquela promessa mandando chuva. Em pouco tempo, uma grande nuvem escura cobriu o Sol, não choveu, porém o alívio foi enorme, e naquela sombra, consegui chegar às portas de Sobral, onde abasteci a moto e a mim mesmo.

Ao chegar à rotatória que vai para Tianguá, nenhuma placa indicando para onde fica a Serra Grande. Eu já sabia de antemão para onde ir, à esquerda, mas e quem não sabe? Quando cheguei ao pé da serra para subir, finalmente uma sinalização de peso: duas altas placas... apagadas! Pernoitei no Gian Hotel em Tianguá, chegando às 18h. Tomei uma ducha gelada para espantar o calor da estrada. Bom hotel, 34 reais o pernoite. Friozinho de serra, aliviante.

No hotel, liguei para meu irmão contando onde estava e para onde ia. E como ia! Ele riu muito, se emocionou e eu também.

No dia seguinte, após um café reforçado, saí às 6h15 e parti em direção a Piriri no Piauí. Minha Honda Bros 150cc ano 2008 tem autonomia de 200 km, mas eu andava 80 ou 120 km e abastecia. Não esperava chegar no limite. Mas, torcia no íntimo, para não ser vítima de nenhuma gasolina batizada do interior. Não tive problemas quanto a isso e foi um prazer imenso percorrer longas estradas, solitário, apenas eu, Deus, a moto e o sonho de seguir em frente.

De Piripiri, passei por Campo Maior, Altos e finalmente Teresina. Até a capital do Piauí, a estrada estava boa, ainda bem. E consegui chegar a casa do meu irmão às 11h45. Mas seria melhor se o número de caminhões que movem este país fossem diminuídos mais da metade em nossas rodovias. Isso aumentaria a segurança. E a minha sugestão é: cortar o Brasil com linhas férreas para todo lado, levando as cargas de todo tipo em seus contêineres. Os motoristas de caminhão teriam prioridade em trabalhar nos trens e também mais segurança, não se arriscando em estradas desertas e sendo assaltados e até mortos por ladrões de carga. Fica aqui minha sugestão.

Fiquei uma semana com meu irmão e sua família. Voltei dia 28 de dezembro de 2010. Mas, desta vez, não ia pernoitar em lugar algum, fui direto. Saí às 5h30 e cheguei a Fortaleza às 18h do mesmo dia. Foi uma longa viagem e a “Guerreira”, nome que passei a chamar minha Bros, se saiu muito bem.

Agora, quanto à almofada d'água, fui bendizendo o nome de José Albano até lá! Ela é simplesmente sensacional! Em nenhum momento parei por causa de dores. Conforto completo na viagem. Ao observar as estradas se perdendo no horizonte, ficava tranquilo, pois tinha comodidade suficiente para passar horas viajando, sem pressa de chegar por causa de nenhum incômodo do assento. Um verdadeiro milagre! Ou como disse Albano em sua palestra no BNB:"É mágico!"

Fiz essa viagem confiando em Deus e tendo, desde o início, o pensamento de Chesterton na cabeça: “A aventura pode ser louca, mas o aventureiro tem de ser lúcido”.

7 comentários:

  1. Andar com Deus é uma aventura por si só e estar com Deus numa aventura dessas é maravilhoso. Ele colocou a ideia dessa viagem no seu coração e na sua mente, depois foi aprumando detalhe por detalhe da viagem.
    Parabéns pela execução do projeto, que nunca lhe pareceu ousado, porque vc sabia que estaria protegido desde a saída de casa até seu retorno.
    Lindo! Parabéns!

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  2. Olá, Germano, muito bom o texto. Gostei tanto que lhe peço autorização para publicá-lo em minha página, na qual divulgo relatos, dicas e informações sobre viagens de moto. A exemplo deste artigo (http://www.viagemdemoto.com/2010/12/viagem-de-moto-anoitecer-na-estrada.html), a autoria fica garantida e ainda coloco um link para o seu blog. Caso concorde, me mande uma mensagem para contato@viagemdemoto.com

    Aproveito para lhe dar os parabéns pelo blog. Excelente.

    Um abraço

    Rômulo

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  3. Valeu Germano por sua ousadia viajante.De cara foi ótimo,pois visitou seu irmão e passou o Natal aqui, em nossa bela Teresina quente.Mas para mim o melhor mesmo foi conhecê-lo,foi e é um grande prazer ter te conhecido(pena que foram poucos minutos).Gostaria de ter conversado um bocadinho,pois vc é uma pessoas muito interassante e cativante.Feliz Ano Novo.Abraços Silvana Carvalho!

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  4. Valeu, Germano. Seu texto está reproduzido. Obrigado e abraços.

    http://www.viagemdemoto.com/2011/01/viagem-de-moto-fortaleza-terezina.html

    Rômulo

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  5. Querida Silvana, também foi um grande prazer te conhecer! Grande beijo!

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  6. Olá Germano:
    Muito me alegra poder ter sido util a um colega motociclista! Era essa, justamente, a minha intenção escrevendo o "Manual". Meu método é mais radical, com essa história de barraca e kit de cozinha, mas a almofada d'água é essencial para todos. Gosto de brincar dizendo "a bunda, emocionada, agradece!" Gostei muito do relato de viagem. Sendo bom de texto, sei reconhecer e apreciar algo bem escrito como é o caso do seu relato! Parabéns! Abraço do Zé Albano

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  7. Obrigado, Zé! Grande honra receber um post seu! Forte abraço!

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