Minha irmã veio passar alguns dias de férias na minha casa. Moro atualmente num pequeno apartamento de dois pisos: você pisa uma vez para entrar e outra para sair!
Com tal largueza de espaço, ela teve que dormir no meu quarto. Nos três dias seguintes, sempre que acordava, ela já estava de pé e com a cara amassada. Nos dois primeiros dias ela disse que tinha acordado cedo, mas no terceiro ela confessou que não estava conseguindo dormir porque eu ronco. Eu ronco?!, exclamei. E muito!, enfatizou ela. Com parada respiratória e tudo! Fiquei horrorizado. Mas eu já vinha, na verdade, achando estranho o número de vezes que acordava durante a noite e o sono que tinha durante o dia, atrapalhando até meu trabalho. Não contei pipoca: fiz uma consulta num neurologista e parti para dormir uma noite numa clínica de estudos do sono.
Lá se foi eu. Antes de entrar no quarto, me admirei com o número de mulheres na clínica. A enfermeira me informou que a presença de mulher naquele exame está igual a do homem. A dormida é péssima. Enchem você de fios em todo o lugar: cabeça, pescoço, nariz, peito, barriga, pernas, dedo, quase tudo! Ainda bem que pararam por aí! Fio-terra nem pensar! Mas foi por pouco!..
É uma suíte básica com ar-condicionado e uma câmera de infravermelho apontada para você o tempo inteiro. Quando a enfermeira começou a me preparar para aquilo que parecia um ritual de eletrocução, perguntei em que momento ela ia virar a chave! O oxímetro fica no dedo indicador. Quando a luz do quarto se apaga você vira o ET, com a ponta do dedo vermelha iluminando pra onde aponta, pelo menos ajuda a distinguir os números do telefone ao lado e ver as horas se arrastando. Pois dormir que é bom, nada!
A enfermeira se manda e você fica sozinho naquele quarto artificial feito um robô, meio biônico, com a cabeça cheia de gel-cola com eletrodos e, aí, vem a frase sadoirônica da enfermeira que, tenho certeza, embora não tenha visto, seguida de um risinho no canto da boca: “Boa noite, durma bem”. Sei.
Você olha o relógio: 23h, e uma loooooooonga noite à sua frente. O drama não é dormir mal, o drama é NÃO dormir! Já imaginou? Depois de todo aquele trabalho não conseguir dormir! Pois quase isso aconteceu. Por várias vezes pensei em desistir, arrancar tudo aquilo e cair fora. Tive um começo de claustrofobia e liguei para a plantonista dizendo que estava desistindo, ela me aconselhou a aguentar pois eu teria que voltar outra noite se desistisse agora. Outra noite não!, suspirei. Controlei a agonia e, graças a Deus, consegui ir até o fim, dormi (mal, claro) e valeu o exame. O resultado sairia em 15 dias.
Encontrei de manhã no corredor uma senhora rosada e bem gordinha se assoando. Tadinha, pensei, deve roncar feito uma porquinha cevada sendo estripada pela garganta, mas vai ficar boa, acredito. Espero que eu também.
Com tal largueza de espaço, ela teve que dormir no meu quarto. Nos três dias seguintes, sempre que acordava, ela já estava de pé e com a cara amassada. Nos dois primeiros dias ela disse que tinha acordado cedo, mas no terceiro ela confessou que não estava conseguindo dormir porque eu ronco. Eu ronco?!, exclamei. E muito!, enfatizou ela. Com parada respiratória e tudo! Fiquei horrorizado. Mas eu já vinha, na verdade, achando estranho o número de vezes que acordava durante a noite e o sono que tinha durante o dia, atrapalhando até meu trabalho. Não contei pipoca: fiz uma consulta num neurologista e parti para dormir uma noite numa clínica de estudos do sono.
Lá se foi eu. Antes de entrar no quarto, me admirei com o número de mulheres na clínica. A enfermeira me informou que a presença de mulher naquele exame está igual a do homem. A dormida é péssima. Enchem você de fios em todo o lugar: cabeça, pescoço, nariz, peito, barriga, pernas, dedo, quase tudo! Ainda bem que pararam por aí! Fio-terra nem pensar! Mas foi por pouco!..
É uma suíte básica com ar-condicionado e uma câmera de infravermelho apontada para você o tempo inteiro. Quando a enfermeira começou a me preparar para aquilo que parecia um ritual de eletrocução, perguntei em que momento ela ia virar a chave! O oxímetro fica no dedo indicador. Quando a luz do quarto se apaga você vira o ET, com a ponta do dedo vermelha iluminando pra onde aponta, pelo menos ajuda a distinguir os números do telefone ao lado e ver as horas se arrastando. Pois dormir que é bom, nada!
A enfermeira se manda e você fica sozinho naquele quarto artificial feito um robô, meio biônico, com a cabeça cheia de gel-cola com eletrodos e, aí, vem a frase sadoirônica da enfermeira que, tenho certeza, embora não tenha visto, seguida de um risinho no canto da boca: “Boa noite, durma bem”. Sei.
Você olha o relógio: 23h, e uma loooooooonga noite à sua frente. O drama não é dormir mal, o drama é NÃO dormir! Já imaginou? Depois de todo aquele trabalho não conseguir dormir! Pois quase isso aconteceu. Por várias vezes pensei em desistir, arrancar tudo aquilo e cair fora. Tive um começo de claustrofobia e liguei para a plantonista dizendo que estava desistindo, ela me aconselhou a aguentar pois eu teria que voltar outra noite se desistisse agora. Outra noite não!, suspirei. Controlei a agonia e, graças a Deus, consegui ir até o fim, dormi (mal, claro) e valeu o exame. O resultado sairia em 15 dias.
Encontrei de manhã no corredor uma senhora rosada e bem gordinha se assoando. Tadinha, pensei, deve roncar feito uma porquinha cevada sendo estripada pela garganta, mas vai ficar boa, acredito. Espero que eu também.
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